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2012-04-22

A Es.col.a e o empreendedorismo

Todos sabemos o que é que o colectivo Es.col.a fazia naquela edifício da Fontinha, um bairro no Porto e uma das muitas zonas deprimidas deste País. Sabemos? Talvez não.

O empreendedorismo oscila quase sempre entre duas dimensões: a primeira, e mais comum, é a força de alguém, em liberdade de iniciativa, executar um projecto e assumir o seu risco, o que, com mérito próprio, lhe poderá trazer vantagens financeiras e ascensão social. Um outro tipo de empreendedorismo, é aquele que, analogamente ao primeiro, congrega esforços de pessoas em torno de um objectivo, mas que passa pela transformação que pode operar na sociedade e não pelos lucros.

Não me distanciei ainda do famigerado discurso liberal, mesmo estando a falar de um colectivo do qual fazem parte “sujos anarquistas” que “ocuparam ilegalmente um espaço” e concerteza nunca envergaram um bom fato na vida. Mas não é engano.

O presidente da câmara do Porto, Rui Rio, é um auto-denominado homem de direita. Torna-se muito difícil de compreender que não tenha nenhuma simpatia pessoal por um movimento que vem da sociedade, feito por pessoas que não tiraram nenhum benefício financeiro do que fizeram e nem sequer oneraram o Estado. É surpreendente que a Câmara do Porto não queira apoiar um movimento já existente, e, pelo contrário, o destrua, incluindo até bens doados por cidadãos. Toda esta demonstração de poder e de autoridade com que objectivo? Eventualmente fazer um projecto social.

A sociedade civil não é só um termo que fica bem nos programas de governo, nem é só retórica política. Este caso é um bom exemplo de política de costas voltadas para o cidadãos e para a dinâmica do que conseguem criar, com sacrifício pessoal.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Neste caso é a liberdade de iniciativa que está em causa. E como não pediu nada ao poder político este sentiu se ofendido e ultrapassado.Não houve o beija mão ao Rui Rio. É só isso.

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